Arnaldo Galvão
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Arnaldo Galvão nasceu em Recife, em 1956, e mudou-se para São Paulo no início dos anos 70, onde iniciou sua carreira como cartunista para jornais como Pasquim, Movimento, Versus, Folha de São Paulo e diversos jornais sindicais.
Em 1980, foi convidado por Bruno de André para colaborar no curta-metragem "Origem dos Andamentos", uma produção da ECA-USP, onde desempenhou múltiplos papéis, incluindo roteiro, desenho de personagens e animação. Durante a década de 80, enquanto trabalhava em produtoras de publicidade, participou de cursos de roteiro e conheceu o dramaturgo Chico de Assis.
Em 1985, foi convidado pelas Oficinas 3 Rios para criar um curso de roteiro e storyboard para animação. Nesse mesmo ano, participou do Primeiro Encontro do Cinema de Animação em Olinda, que foi um marco importante para a animação no Brasil.
Ainda em 1985, integrou a equipe de Maurício de Sousa, participando da primeira linha industrial de produção de animação.
Em 1988, foi convidado para a equipe do programa "RÁ-TIM-BUM" da TV Cultura, contribuindo também para "Glub-Glub" e "Castelo RÁ-TIM-BUM".
Para marcar seus 10 anos de carreira, em 1990, produziu o curta "Uma Saída Política" e, em seguida, "Disque N para Nascer", que se destacou em festivais renomados como Gramado e Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Em 2003, foi um dos fundadores da ABCA e recebeu homenagens no Anima Mundi. Em 2005, foi convidado pelo Festival de Annecy para curar uma seleção de curtas brasileiros, e em 2006 desempenhou papel semelhante no Festival de Ottawa, reforçando a parceria Brasil-Canadá. Nos anos seguintes, Galvão produziu longas e séries de animação em colaboração com artistas renomados.
Em 2018, com a animação brasileira em ascensão, contribuiu para a publicação do livro "100 Animações Essenciais" e participou da curadoria do Festival de Annecy.
Mais recentemente, em 2022, finalizou os longas "Fabulosos João e Maria" e "Mundo Proibido", este último selecionado pelo Festival de Annecy, com lançamento previsto para 2025.
Depoimento do Diretor
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É um paradoxo que um conto de fada dos Irmãos Grimm, que apareceu pela primeira vez em 1700, sobre crianças abandonadas a sua própria sorte, ainda pode ser atual em alguns países como o Brasil.
O sistema é cruel. É um tema delicado para se fazer um filme para crianças, então minha escolha foi utilizar aventura, bom humor, o velho recursos de usar um ratinho como personagem principal e transformar a bruxa em alguém atuante, que força a degradação da família e que é, ao mesmo tempo, uma pessoa cativante que todos deixam entrar em suas casas.
Comecei a fazer esse filme em 2002. Tinha uma sinopse de um longa na cabeça e fui conversar com o Flávio de Souza, que estava trabalhando numa montagem no teatro Municipal, de João e Maria. A montagem seguia estritamente o conto original, mas a ideia de fazer um longa de animação sobre “crianças abandonadas” ganhou corpo.
Começamos a trabalhar no roteiro. Em 2008 o projeto “Fabulosos João e Maria” foi selecionado no Laboratório de Roteiro SesC-Rio, organizado pela Carla Esmeralda.
Em 2015 ganhamos um edital B.O / Baixo orçamento do MinC no valor de R$ 1.250.000,00 (aproximadamente US$ 200 mil para produzir). Os recursos foram depositados no final de 2018 e começamos a produção.
Passamos pela pandemia com os ajustes necessários e finalmente finalizamos em meados de 2022.